terça-feira, 10 de setembro de 2013

As falsas verdades para justificar uma guerra.

 

Hoje ao ler um artigo sobre as possibilidades de uma guerra entre os Estado Unidos e a Síria escrito por Meredith Marie Miller, novamente esta questão veio a minha mente e não consegui para de pensar nos povos, tanto os americanos quanto também os sírios. Passei a relembrar à época em que houve a guerra do Iraque, Saddam Hussein era aliado dos Estados Unidos e em um movimento ambicioso estava importando urânio da Nigéria, Brasil e Portugal, yellowcake, para que, sem dúvida alguma, tentar produzir uma bomba atômica. As provas de que Saddam Hussein já possuía estes armamentos ou qualquer arma de destruição em massa não passaram de mentiras. Na época o presidente americano George Bush chamou Saddam Hussein de mentiroso por ele negar a existência de tais armas. O general Colin Powell em uma busca desesperada de justificar a intervenção militar naquele país revelou algumas fotografias que não passavam de fotos copiadas da internet de algumas fábricas de leite daquele país.


A misteriosa circunstância em que aconteceu o “suicídio” do Dr. David Kelly, o especialista em armas químicas e inspetor das Nações Unidas que apresentou um relatório mostrando ao governo da Grã-Bretanha que o Iraque não possuía armas de destruição em massa. Parece-me que a utilização de mentiras é um ato contumaz do governo dos Estados Unidos e seus aliados. Ao repassar a história em minhas lembranças passei a buscar mais informações sobre o Afeganistão e li que lá também criaram um elo entre o Afeganistão e Al Qaeda para que justificasse a invasão das tropas americanas naquele país.   Nesse quadro de interesses e de conflitos, as grandes potências têm motivos de sobra para projetar suas políticas. Aqui surge um complicador maior para o quadro já complexo do Sul da Ásia, a saber, as diferenças entre as grandes potências, que se manifestaram de forma súbita e aguda a partir da crise em torno do Iraque. Até o fim de 2002, quando ganhou intensidade essa crise, os projetos das grandes potências mantinham linhas gerais que exprimiam um consenso: contenção das tensões indo-paquistanesas; não proliferação nuclear; cerceamento do desenvolvimento e uso de mísseis; ortodoxia econômica; e liberalismo político, de maneira a alicerçar regimes constitucionais e civis.


O conflito no Afeganistão minou a política de sanções. Os Estados Unidos e seus aliados precisavam do apoio do Paquistão, sem o qual não seria possível selar a fronteira afegane nem derrotar o Talibã. As sanções foram suspensas após a fase de definições e alinhamentos de setembro-outubro de 2001. Entretanto, mantinha-se a unidade essencial de políticas das potências ocidentais para o Sul da Ásia. As grandes potências continuavam a exigir a adesão de Islamabade ao TNP e ao Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT), assim como continuavam a esperar seu entendimento com Nova Délhi. Dentro desses mesmos critérios, exigiam do Paquistão que não intercambiasse tecnologia nuclear nem de mísseis com outros países. Também exigiam que o Paquistão se abstivesse de fornecer meios materiais à insurreição na Cachemira indiana ou de apoiar movimentos da jihad no exterior. A crise iraquiana introduziu nova e poderosa perturbação nesse quadro consensual. Na verdade, introduziu uma alteração fundamental, ao provocar a ruptura da unidade das grandes potências.


O Paquistão havia encontrado uma posição aparentemente segura, ao se alinhar com as potências ocidentais em 2001: obtinha assistência econômica, com o fim das sanções; protegia suas bases nucleares, apesar da insistência formal das grandes potências no TNP e no CTBT; e evitava que a coligação internacional antiterror, dirigida contra os anteriores aliados paquistaneses do Talibã, concedesse carta branca a Nova Délhi, em seu confronto crônico com Islamabade. Dado do maior relevo, para o governo paquistanês, as potências ocidentais reconciliavam-se com o regime militar em Islamabade, antes objeto de sanções específicas, aplicadas quando da derrubada do Primeiro Ministro Nawaz Sharif, em 1999. Em uma entrevista à revista paquistanesa “Dawn”, O líder do Taliban Mohammed Omar, ainda nos anos noventa, no qual ele afirmou que o Afeganistão seria atacado em breve, esta entrevista ocorreu muito antes dos 11 de setembro de 2001. As intenções americanas eram de invadir o Paquistão para construir oleodutos e gasodutos em todo o Afeganistão, para trazer o petróleo e as reservas de gás da Ásia Central e espoliar aquele país de suas riquezas minerais. Outra lembrança que me ocorreu foi o caso da Líbia com as histórias de que o coronel Gaddafi estava indiscriminadamente bombardeando civis inocentes, e bombardeando cidades, matando centenas de pessoas, e tudo não passava de uma grande mentira. Os franceses em pânico, porque as Forças Armadas da Líbia estavam a dois dias de uma vitória sobre os terroristas, que o ocidente havia apoiado contra o Estado Líbio. Os terroristas, em desespero pela derrota eminente, cortaram os seios das mulheres, estupraram-nas, incendiaram prédios, assassinaram, empalaram meninos com barras de ferro, cortaram as gargantas dos negros e fizeram limpeza étnica e ainda foram chamados de "combatentes da liberdade", ou "militantes".


Os fatos são tão contraditórios que Gaddafi era aliado dos americanos e de todos os países que orbitam sua área de influência, inclusive o Brasil. A ONU propôs a concessão à Muammar Gaddafi de um prêmio especial por sua ação humanitária no desenvolvimento de vários projetos nos países Pan-africanos, sistemas de satélites financiados pela Líbia de Gaddafi, trazendo telemedicina para o alcance de todos os africanos e por todo o continente, programa de e-aprendizagem, também financiado por Gaddafi, para que africanos tivessem acesso ao conhecimento e para que não ficassem analfabetas digitais.


E agora chegou a vez da Síria, o centro do foco dos canais de notícias e jornais. E se a verdade sobre a Síria vier à tona mostrando que o "Governo de Assad" está lutando contra terroristas armados pelo ocidente para derrubar o governo sírio, tendo a Síria como o último degrau antes de atacar Irã, enquanto o Hamas e o Hezbollah são massacrados, e enquanto a última base russa no Mediterrâneo é desmontada por um regime sírio simpático ao ocidente. É necessário ter uma visão a partir da Síria, não conjecturando que todos os assassinatos são da responsabilidade das tropas do governo sírio. São mais três mil policiais das forças de segurança assassinados pelos terroristas na Síria. Hoje não passam de terroristas que atacam um estado soberano e o estado Sírio busca se defender desses ataques.


Culpar a Rússia por "armar Assad" é tão ridículo quanto não aceitar a culpa por armar terroristas dentro da Líbia, Síria e não aceitar a responsabilidade total para tudo que eles estão fazendo, e continuam a fazer. A guerra não promove a paz e nem o entendimento entre as nações, apenas reforça o caixa das grandes corporações fabricantes de armamento com o espólio dos derrotados. Quanto vale uma vida Síria ou Americana? Quanto vale o sorriso de uma criança Americana ou Síria? Quanto vale a paz de uma mãe, Síria ou Americana, que vê seu filho amado retornar para casa? Quanto vale a garantia de retorno ao lar do homem, Americano ou Sírio, que deseja ardentemente encontrar sua esposa e seus rebentos? Quanto vale? Nenhum espólio pode equiparar-se a estes valores. Quantos mais precisam morrer?

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