terça-feira, 10 de setembro de 2013

Orgasmo feminino um assunto proibido.


Apesar de todas as conquistas femininas nas últimas décadas, a mulher ainda se sente inibida quando o assunto é sexo e se frustra porque não consegue o desempenho sexual de que gostaria. As mulheres modernas se preocupam em ter um desempenho sexual bom com seu parceiro, isso se revela pelo fato de elas estarem mais permissivas na busca do prazer do sexo do que suas genitoras. Em 30 anos as mulheres vêm perdendo o medo de contar aos seus parceiros os que as faz sentir bem e sentir prazer. Muitas produtoras de filmes e escritoras feministas passaram a abordar o assunto sobre o erotismo de um ponto de vista feminino e com isso, o assunto deixou de ser algo proibido. Embora mesmo assim muitas mulheres hesitam em explorar a sua sexualidade, queixando-se da falta de prazer durante o ato sexual e se sentem culpadas pela falta de libido. Quando o assunto sexo é abordado, as mulheres em geral, tem a ideia do homem como figura central e veem a penetração masculina como modelo ideal. A sociedade em seu estado homofóbico, preconceituosa e hipócrita tem uma visão de que o sexo quando praticado fora dos padrões tradicionais é algo impróprio e as mulheres temendo ser lançada a marginalidade social procuram agradar seus parceiros a todo custo, mas evitam ultrapassar os limites ditados pela sociedade, porém não são os seus limites. Portanto a insatisfação sexual feminina põe em risco a relação com o parceiro, sendo que este também ignora as necessidades sexuais de sua parceira. A prática sexual para as mulheres tem um alto grau de importância em suas vidas e elas também desejam muito mais do que simplesmente ser penetrada pelo homem. É sabido que a maioria das mulheres somente atinge o orgasmo por meio da estimulação do clitóris e isso nem sempre é possível apenas com a penetração do pênis.
 
 
No entanto, nem os próprios médicos conversam sobre isso abertamente com suas pacientes. Apesar de todos os avanços sociais e científicos, o prazer feminino ainda é um mistério tanto para homens como para as próprias mulheres. É comprovadamente factível de que a mulher em seu orgasmo produza certo tipo de ejaculação, expelindo um fluido semelhante aos dos homens, mas um pouco mais aquoso e em menores quantidades. Ainda assim, muitos médicos não acreditam que elas podem ter ejaculação porque a descrição do clitóris nos textos científicos é muito superficial, sendo que na verdade o clitóris atua de forma parecida com o pênis para produzir o orgasmo. A nossa grande “ciência”, na qual as teorias tem maior peso dos que os fatos, somente reconheceu o clitóris como gatilho do prazer feminino em 1953, mas ainda hoje existem médicos que não tocam nesse assunto, ora por falta de conhecimento, ora por puro constrangimento. Durante séculos a sexualidade feminina foi reprimida, sendo que no século XVIII a tese de que o prazer sexual feminino era algo impróprio e pecaminoso ganhou muita força, principalmente na Europa, devido às questões religiosas e morais.
 
 
O sexo por puro prazer era assunto proibido e esta ideia ficou incorporada nas vidas das pessoas até os dias de hoje. O desconhecimento das funções do clitóris no organismo feminino reflete na opinião que a sociedade tem em relação à sexualidade da mulher. A pesquisadora americana Shere Hite escreveu em um de seus livros “que algumas mulheres nunca tiveram orgasmo, apesar de terem uma vida sexualmente ativa.” A facilidade de alcançar o orgasmo varia de mulher para mulher, sendo que algumas têm maior facilidade e outras ainda precisam aprender como alcança-lo. Portanto é necessário que a mulher tenha pleno conhecimento de seu corpo e de sua genitália, inclusive o clitóris. Hoje há uma especulação sobre pílulas para melhorar o desempenho sexual das mulheres, assim como há pílulas para os homens, mas creio que as questões fisiológicas não são as mais importantes nestes casos. Se levarmos em conta que fazer a ingestão de comprimidos para alcance do orgasmo feminino, em uma mulher já se sente muito pouco à vontade em explorar a sua sexualidade devido a todos os fatores psicológicos, culturais, perda de libido, desavença no casamento e nos relacionamentos amorosos, eu acredito que estas questões são muito mais difíceis de serem tratadas e nestes casos não é uma pílula que irá transformar o sexo em algo mais excitante ou interessante.
 
 
Cabe ao homem um papel importante no orgasmo de sua parceira, ser consciente de que as necessidades femininas são diferentes das dos homens e ser aberto a uma conversa com a companheira sobre suas preferências, pode-se considerar que este é um bom início de caminho a ser percorrido pelos dois. Cabem aos homens também aprenderem sobre o corpo feminino e suas reações sexuais, proporcionando a ela o prazer que ambos almejam. A mulher por sua vez precisa perder o medo de explorar o seu próprio corpo e dividir com o parceiro essa oportunidade, masturbando-se mutuamente, se tocando, se acariciando e não menos importante, ou seja, o mais importante que é se amar. Penso que todas as fantasias sexuais são saudáveis para a mulher e seu parceiro e não existe limite quando os dois se respeitam e se querem. Assista o vídeo abaixo do documentário "Clitóris, prazer proibido."
 

 

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