O poder silencia a história, por omissão ou por cumplicidade daqueles que deveriam conta-la. Uma grande amiga, que vive no estado do Oregon, postou em seu blog sobre a usina nuclear de Fukushima, no qual ela relata o estado de calamidade que se encontra àquela região. Ela se utilizou de informações contidas no livro “Devil’s Tango” da autora Cecile Pineda, no qual a escritora relata o seu processo de aprendizagem passo a passo sobre Fukushima, as consequências para o planeta, à rotina do povo japonês daquela área e à manipulação dos fatos e dados publicados por um sistema de informação omisso e manipulável em sua missão de informar. Enquanto a população mundial se vê deitado em berço esplêndido, seguro de si, o planeta se debate em constantes convulsões envolto pelo veneno radioativo liberado por àquela usina. Como é do conhecimento de muitos, em 11 de março de 2011, ocorreu o acidente nuclear de Fukushima e desde então, o planeta terra como o conhecíamos deixou de existir pela contaminação das águas dos oceanos, do ar e da terra. “Os níveis de iodo-131 em amostras de águas pluviais, naquela área, é 18.000% maior do que os níveis aceitáveis, cerca de 35 milhões de pessoas deveriam ter sido evacuados após o acidente em Fukushima, em Tóquio, as pessoas estão inalando 10 partículas radioativas por dia, arroz contaminado com radioatividade foi enviado a partir da região de Fukushima para outras regiões do Japão e o mesmo é preparado para as crianças como merenda escolar, a pecuária da área de Fukushima, alimentado com feno contaminado em 56 vezes mais do que o nível permitido para o césio, está sendo abatido e a carne enviada para muitas prefeituras no Japão. Pessoas que vivem em Tóquio estão postando vídeos no YouTube mostrando os seus dentes e cabelos caindo, sua pele queimada e sem curativos e com graves distúrbios digestivos. Pouco depois do desastre de Fukushima, a secretária de Estado do Estados Unidos, Hilary Clinton, calmamente assinou um acordo com o Japão para manter a importação de sua comida sem fazer verificações de radiação. Japão pediu que os EUA cooperasse em não divulgar informações sobre a precipitação radioativa. Muito pouco foi noticiado na grande mídia e nos dizem para não se preocupar com isso. Ninguém está monitorando a radiação dos alimentos importados do Japão. Quando o primeiro anúncio de contaminação foi divulgado, no qual as espécies marinhas estavam contaminadas na costa da Califórnia, isso aconteceu somente um ano após o estudo. A mesma história se repetiu no segundo ano após o desastre, novamente com atraso. Mesmo as algas na costa do Pacífico estão contaminadas. O site do Instituto Norueguês, onde estes dados foram originalmente apresentado, foi fechado. No ano passado, helicópteros sobrevoaram a cidade Berkeley, na Califórnia, e outras cidades da região da baía para testar os níveis de radiação daquela área. Imediatamente depois destes sobrevoos, os níveis aceitáveis de exposição humana a radiação nuclear foram alterados para cima. Há alguns meses atrás milhares de bebê de leões marinhos foram encontrados na costa oeste americana com queimaduras por todo o corpo. Eles foram abandonados por suas mães ou suas mães estão mortas? Por que não é esta informação que está sendo exposto na mídia? Por que temos de pesquisar arduamente para encontrá-las? A radiação está lentamente vazando para a água, terra e ar. Após duas semanas do desastre, a barreira que mantinha a água radioativa contida, com o peso da água, rompeu-se e está sendo agora derramado no Oceano Pacífico em volume de 300 toneladas de água contaminada por dia.”, escreve Pineda. Morrer, neste momento é ganhar a liberdade de não estar com a consciência envolta em uma dualidade e ilusão. É fundir-se com o Eterno. O que me espanta é o silêncio ditatorial, no qual se percebe uma pseudo normalidade, não há mortes, não há contaminação, não há notícias estrondosas sendo alardeadas pela imprensa e parece que a vida e a morte foram silenciados. Nos Estados Unidos e em qualquer outra parte do planeta, não há manchetes e nem debates. Creio que manifesta-se hoje, a Paz Romana, tão esperada pelos antigos sábios. O homem e sua tecnologia sentenciou-se à morte, levando em conta que o isótopo de césio tem uma meia vida de 30 anos e é altamente cancerígeno, já a meia vida do urânio 238 é de 4,5 bilhões de anos, ou seja, para sempre do ponto de vista do ser humano. No silêncio, o assassino nuclear age, matando sem piedade a todos. Não se pode ver, sentir, cheirar ou ouvir este assassino que move-se de forma sorrateira. Hoje são identificados o trítio, césio e estrôncio como as substâncias tóxicas que escorrem para o Oceano Pacífico e estão se espalhando por toda parte através das correntes oceânicas, chuvas e ventos. Será que o mundo ainda não aprendeu com o desastre de Chernobyl, que ainda hoje são colhidos os frutos daquele desastre, cidades desertas, pessoas desenvolvendo canceres, crianças nascidas com má formação, contaminação da água, do solo e do ar. A selvageria desenvolvida pelo ser humano na ânsia de dinheiro e poder, está destruindo um paraíso chamado terra. A ignorância do povo em relação a estes assuntos e seus direitos, a manipulação da mídia, a falta do participação direta na democracia faz com que poucos decidam o destino de muitos e conduzam o povo como animais para o abate. O que dizer do Brasil? Com duas usinas nucleares, e uma terceira sendo construída e diga-se de passagem, nos mesmo moldes de localização da usina nuclear de Fukushima. Um país como o nosso que não tem recursos públicos para manter uma educação, segurança e saúde de qualidade, despeja uma fábula de dinheiro em copa do mundo, olimpíadas, e construção de usinas nucleares. Repito aqui o questionamento feito pela minha amiga. Que tipo de futuro nós estamos construindo? Onde está a humanidade e a consideração pela vida? Onde está a ONU? Onde estão os alertas internacionais? Abbie Hoffman escreveu: “A democracia não é algo que você acredita ou pendura seu chapéu, mas algo que você faz. Você participa. Se você parar de fazer isso, a democracia tropeça e cai. Se você participar, o futuro é seu.”. Neste momento chamamos todos os anjos, artistas, amantes da vida, a humanidade, a Terra e todos os seus habitantes ... se você sente este chamado e está disposto a realiza-lo, crie a sua arte, seja pintura, música, vídeos, escrita, seja qual for o seu meio e coloque-o para fora espalhe esta consciência. Quando as pessoas perceberem suficientemente o que está acontecendo, elas vão começar a falar. Quanto mais as pessoas falam, mais ideias virão à tona e, eventualmente, grupos vão se organizar para agir. Você tem uma voz e você pode fazer a diferença, agora!
Parte deste texto foi produzido através do conteúdo do blog synflow, em uma tradução livre do inglês para o português do Brasil. Contém ainda impressões e considerações pessoais de Edson C. Nascimento.
Parte deste texto foi produzido através do conteúdo do blog synflow, em uma tradução livre do inglês para o português do Brasil. Contém ainda impressões e considerações pessoais de Edson C. Nascimento.
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